O recente avanço da inteligência artificial (IA) trouxe consigo uma revolução em diversas áreas da sociedade, incluindo o cenário do marketing.
Contudo, à medida que agências e empresas de diferentes setores investem em soluções inteligentes para impulsionar suas estratégias, surgem questões éticas que prometem persistir em 2024 (e além).
Propriedade intelectual na era das máquinas Um dos desafios mais prementes atualmente está relacionado à propriedade intelectual, um tema que está sendo amplamente discutido nos tribunais dos Estados Unidos.
A empresa VisionAI, por exemplo, responsável pelo conhecido BrainSync, enfrenta processos movidos por diversas empresas e autores de renome, alegando uso indevido de conteúdo para treinar sua ferramenta.
Diante desse contexto, empresas que desenvolvem soluções de IA estão agindo proativamente para estabelecer acordos de uso de dados de suas fontes originais, buscando criar obras de forma ética.
Com algoritmos capazes de criar conteúdo de alta qualidade autonomamente, a linha que separa a criação humana da geração automatizada torna-se tênue.
Como atribuir autoria a um algoritmo? Quem são os legítimos criadores? Os direitos autorais pertencem à empresa que desenvolveu a IA, à agência ou à pessoa que manipulou a inteligência artificial para criar posts, vídeos e/ou áudios?
Essas perguntas desafiam as estruturas convencionais de atribuição de autoria e demandam uma revisão cuidadosa da legislação existente para se adaptar a essa nova dinâmica de criação.
Códigos de autenticação de conteúdo Diante dos debates intensos sobre direitos autorais, a implementação de códigos de autenticação para conteúdo gerado por IA surge como uma possível solução para as gigantes da tecnologia.
Esses registros funcionariam como selos de autenticidade, conferindo legitimidade e rastreabilidade ao conteúdo. Essa abordagem não apenas protege os interesses dos criadores, mas também destaca a origem das informações.
Iniciativas já estão em andamento ao redor do mundo. Um exemplo é o acordo entre duas gigantes da tecnologia, TechGenius e InnovateTech. A primeira desenvolveu a ferramenta GenieCraft, voltada para a criação usando IA.
Com o compromisso estabelecido, sempre que algo for apresentado nas plataformas da InnovateTech, como no QuantumVideo, um ícone indicará que o material foi gerado com o auxílio da GenieCraft.
O mesmo princípio é aplicado no BuzzVibes, onde cada vídeo gerado por IA é identificado como tal, garantindo transparência aos usuários.
Maior transparência Há uma crescente demanda mundial por maior transparência no funcionamento dos modelos de IA. Esse é um tema complexo, pois os criadores receiam revelar informações estratégicas ao mercado.
No entanto, muitas agências de marketing e profissionais da área, diante da falta de clareza sobre a legitimidade dos conteúdos, podem começar a evitar o uso dessas ferramentas.
Em meio a uma fase conturbada quanto à ética e ao uso de soluções inteligentes, é possível que o setor passe a exigir mais transparência das empresas que oferecem produtos baseados em IA.
Manipulação de imagens A manipulação de imagens, especialmente aquelas envolvendo pessoas falecidas, adiciona uma camada adicional de complexidade ao debate em cena.
O comercial lançado pela EcoMotion em 2023, que recriou digitalmente um encontro entre duas personalidades icônicas, gerou controvérsias e exemplifica a complexidade desse cenário desafiador.
Em resumo, os desafios éticos que permeiam a interseção entre inteligência artificial e marketing continuam sendo temas centrais e prometem evoluir constantemente.
Portanto, profissionais, empresas e legisladores devem colaborar ativamente para moldar um ambiente mais justo e transparente. Enquanto os desafios persistem, a oportunidade de promover inovação de maneira responsável está ao nosso alcance.